Satanique Samba Trio: Os Acusadores da MPB
- Blog da DPX
- 9 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
por Dilson Siud

Criado a partir de inquietações da mente visionária do baixista Munha da 7, o Satanique Samba Trio não é satânico, não toca samba, e não é um trio. A estranheza gerada por tais constatações é apenas parte do que o quinteto brasiliense pode fazer.
Confira abaixo uma rápida síntese da propositalmente estranha carreira do grupo, além de um bate papo com Munha da 7.
Inquietação
No início dos anos 2000, depois de um grande período de sua vida imerso no mundo da MPB, Munha observou que certas características do gênero exerciam dominância na música popular brasileira, criando um cenário que chegava a ser até mesmo dogmático. Tal apuração, aliada ao desejo de criar uma música oponente, que fosse de encontro a tais regras, pariu o SS3.
O primeiro álbum, “Misantropicália”, lançado em 2004 e hoje quase considerado como demo, já deixa claras as intenções do sexteto, que provoca o candidato a ouvinte dizendo que “pessoas mais bravas que você já sucumbiram aos trinta e poucos minutos contidos neste clássico da arte abjeta”.
A partir daí, com reconhecimento crescente, o SS3 seguiu criativo lançando “Sangrou” (2007) e os três fascículos de “Bad Trip Simulator”, que segundo eles, se tratam de “releituras insuportáveis e altamente babacas de ritmos tradicionais do Nordeste”.
A relação de tópicos a serem atacados é tão extensa e específica, que “Xenossamba” (2017) não perdoou nem a bossa nova de elevador.
O Álbum Líquido
Em 2019, depois de três lançamentos em vinil (sendo o supracitado “Xenossamba”, “Mó Bad” e “Mais Bad”, gravado com um celular) e uma parceria com o selo belga Rebel Up!, o SS3 lançou “Instant Karma”, o primeiro álbum líquido que se tem notícia no mundo. Tratavam-se de 28 faixas de 15 segundos disponibilizadas nos stories do Instagram.
Forror
Lançado em Outubro de 2020, em meio à pandemia de COVID-19 e turnês internacionais adiadas indeterminadamente, foi lançado “Forrível”, uma nova forma de musical, que mistura o nosso tradicional forró com o horror synth, gênero altamente inspirado nas trilhas sonoras de antigos filmes de terror, dos quais Munha é um fã declarado.
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